quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

[Mal te ergas do sono profundo] de Antônio Teixeira e Castro



Mal te ergas do sono profundo
vai abrir as comportas, olha teu gado
submisso e manso
Rega teu prado e lava tua alma

Revê o tempo das veias
no seu alargamento pelo regadio
vigilante

Ao primeiro sinal de inocência
repete três vezes o nome de tua mãe

Mãe:
As árvores este ano estão negras
e os grilos não me chamam...


Autor: Antônio Teixeira e Castro
Livro: Texturas e constelações, editora Escrituras, 2005