A
bunda, que engraçada.
Está sempre
sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe
importa o que vai
pela
frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo
mais? Talvez os seios.
Ora, – murmura
a bunda – esses garotos
Ainda lhes
falta muito o que estudar.
A bunda
são duas luas gêmeas
em rotundo
meneio. Anda por si
na cadência
mimosa, no milagre
de ser
duas em uma, plenamente.
A bunda
se diverte
por conta
própria. E ama.
Na cama
agita-se. Montanhas
avolumam-se,
descem. Ondas batendo
numa
praia infinita.
Lá vai
sorindo a bunda. Vai feliz
na carícia
de ser e balançar.
Esferas
harmoniosas sobre o caos.
A bunda
é a bunda,
redunda.
Carlos Drummond de
Andrade, livro O amor natural
como não amá-las, depois de Drummond ter escrito nelas.
ResponderExcluir